Adesão
A adesão veio para modificar a odontologia. Os novos sistemas adesivos buscam a simplificação de passos, e são responsáveis pela união do material restaurador (resina ou CIV) às estruturas dentárias (CARVALHO, et al.2004).
Objetivo - Máximo de resistência e união. Fazer o que as restaurações não adesivas não faziam.
Quanto a superfície - O sistema adesivo terá maior capacidade de molhamento quando as moléculas começam a passar umas pelas outras. Exemplo visto em sala: Campo cirúrgico/babador se jogarmos água de um lado absorve e do outro escorre.
Eles são indicados para:
- restaurações estéticas de lesões cariosas,
- alteração de forma, cor e tamanho dos dentes,
- colagem de fragmentos,
- adesão de restaurações indiretas,
- selantes de fóssulas e fissuras,
- fixação de braquetes ortodônticos,
- reparo de restaurações,
- reconstrução de núcleo para coroas,
- cimentação de pinos intra-radiculares
- e para dessensibilização de raízes expostas (REIS et al., 2006).
Os altos valores de retenção adequada para uma grande variedade de procedimentos clínicos (Perdigão et al, 1997) é uma das vantagens da adesão aos tecidos dentarios, alem da diminuição da microinfiltração marginal (Shafer et al, 1987), do reforço da estrutura dentária (Morin et al,1984) e da prevenção do excesso de desgaste, minimizando o risco da fragilização desta estrutura (Morin et al,1984).
Os procedimentos adesivos implicam na aplicação de substâncias (ácidos, solventes, monômeros) que modificam a morfologia e fisiologia do esmalte e da dentina (CARVALHO et al., 2004). A composição dosdiferentes sistemas adesivos, seu mecanismo de ação nos substratos dentários, a forma de aplicação clínica e suas implicações frente à incorreta utilização e aos desafios existentes no ambiente bucal, constituem-se tópicos essenciais para o sucesso e durabilidade das ligaçõesadesivas.
Os monômeros resinosos podem ser:
Hidrofílicos, os quais permitem que o adesivo seja compatível com a umidade natural do substrato dentinário.
Hidrofóbicos,
que apresentam maior peso molecular, são mais viscosos e conferem maior
resistência mecânica e estabilidade ao material (CARVALHO, 2004).
Esmalte
Altamente mineralizado
Inorgânico (hidroxiapatita) = 96%
1% orgânico (proteínas) + água = 4%
Superfície seca, ótimo para adesão é hidrofóbico
A adesão ao esmalte é duradoura e efetiva (FRANKENBERGER, KRAMER, PETSCHELT, 2000), No esmalte, é sabido que a adesão se dá por embricamento mecânico, ou seja, por meio da formação de projeções resinosas (tags) no interior do tecido desmineralizado, seletivamente, pelo ácido fosfórico (SILVERSTONE, et al., 1975). A adesão ao esmalte é conseguida através do condicionamento deste substrato com ácido fosfórico em concentrações que variam entre 30 a 37%, durante um tempo de aplicação de 15 a 30 segundos. Este procedimento aumenta as porosidades da superfície exposta mediante a desmineralização seletiva dos prismas de esmalte, criando microporosidades onde o sistema adesivo se infiltrará e será fotopolimerizado (TEN CATE, 2001b; NAGEM FILHO, et al., 2000; CARVALHO, 1998).
Tratamento esmalte:
Físico:
Biselamento/jateamento/abrasão
Menos agressivo, removem a camada de esmalte aprismático, ruim para a adesão.
A parte mais externa do esmalte é predominantemente orgânica em sua natureza e após a erupção o biofilme adere-se ao dente. Estas duas condições podem ser eliminadas por confecção de bisel ou por limpeza das superf. de esmalte com abrasivos. O dente deve estar livre de saliva e seco antes da aplicação do ácido).
A parte mais externa do esmalte é predominantemente orgânica em sua natureza e após a erupção o biofilme adere-se ao dente. Estas duas condições podem ser eliminadas por confecção de bisel ou por limpeza das superf. de esmalte com abrasivos. O dente deve estar livre de saliva e seco antes da aplicação do ácido).
Quimicos:
Condicionamento com ácidos
A realização de um condicionamento ácido no esmalte promove uma transformação na superfície deste tecido, pois de uma superfície lisa e suave, esta se torna acentuadamente irregular, aumentando sua energia de superfície. Esta adesão ao esmalte condicionado ocorre por um mecanismo fundamental onde o material resinoso aplicado apresenta monômeros que são levados para dentro das irregularidades por atração capilar e copolimerizam entre si).
Dentina
Duro, elástico e avascular
Inorgânico 70%
10% orgânico
Superfície úmida, mais dificícil aderir
A união resina-dentina constitui-se um desafio para os pesquisadores, uma vez que este substrato é intrinsecamente úmido, tornando o procedimento adesivo altamente sensível (HALLER, 2000, CECCHIN, et al.2008). Seu componente inorgânico consiste, principalmente, de cristais de hidroxiapatita e a fase orgânica é constituída pelas fibrilas de colágeno (TEN CATE, 2001a). Além disso, a dentina caracteriza-se pela presença de múltiplos túbulos dentinários, preenchidos pelo fluido dentinário, dispostos muito próximos e que se estendem desde a junção amelodentinária até a polpa, tornando-a um substrato naturalmente úmido (HALLER, 2000).
Estrutura:
Graus de umidade
Matriz orgânica
Presença de oxigênio
(A importância do substrato deve ser considerada, principalmente quando relacionada à dentina, devido às variações regionais em estrutura e fisiologia, relacionadas ao grau de umidade, quantidade de matriz orgânica, água e oxigênio, fazendo com que a adesão dentinária seja considerada mais complexa e criteriosa em comparação ao esmalte. Isto porque estes componentes possuem uma instabilidade intrínseca que os torna mais susceptíveis à degradação estrutural, também desencadeada pelo meio oral úmido e acídico).
Superficial- maior quantidade e menor diâmetro Profunda- menor quantidade e maior diâmetro
A dentina é um tecido naturalmente úmido, o qual é penetrado por uma densa rede de canais (túbulos dentinários) contendo extensões celulares dos odontoblastos, os processo odontoblásticos, os quais se comunicam com a polpa. Cada túbulo dentinário está rodeado de um colar de dentina hipermineralizada, chamada dentina peritubular. A dentina menos mineralizada entre os túbulos é chamada de dentina intertubular.
Dentina peritubular: Sofre maior grau de mineralização. Dentina superficial prevalece a dentina intertubular
Dentina intertubular: Substrato rico em matriz orgânica(metade do volume). É menos mineralizada, contem fibras colágenas e substancia amorfa. Dentina profunda prevalece a dentina peritubular.
Diante disso, a dentina requer uma técnica úmida de adesão.
Presença da smear layer: Lama dentinária (compõe-se de restos de matéria orgânica e inorgânica produzidos pela redução ou instrumentação da dentina, do esmalte ou do cemento. Ela é ruim para a adesão, limpar a cavidade pois mesma possui baixa capacidade de molhamento. Usa-se o ácido fosfórico a 37% para remover a smear.
Hibidrização denitnária
(Estudos posteriores, realizados por Nakabayashi e cols (1982), revelaram que o condicionamento ácido deixava uma camada de fibras colágenas ancoradas na dentina desmineralizada e que resinas hidrofílicas infiltravam e copolimerizavam-se com estas fibras para formar a camada híbrida, consistindo em uma dentina infiltrada por resina. A estrutura resultante não é resina nem dente, mas um híbrido dos dois. Não é localizada sobre a superfície, mas, sim criada dentro do substrato. A infiltração resinosa intencionalmente muda as propriedades físicas e químicas desta interface, tornando-a ácido-resistente.
Obtenção da Camada Híbrida
Após a confecção de um preparo cavitário, a dentina coberta pela smear layer oferece praticamente nenhuma porosidade superficial p/ q os agentes adesivos possam penetrar na intimidade do substrato. Assim, se faz necessária a aplicação de um ácido, o qual não somente removerá a smear layer, mas tbém deverá desmineralizar a porção mais superficial da dentina subjacente, expondo a trama de fibras colágenas por entre as quais o agente resinoso deverá infiltrar e, posteriormente, polimerizar, resultando na formação da camada híbrida.
Quanto a classificação os sistemas adesivos podem ser:
Convencionais - Adesivos convencionais são os sistemas que empregam o passo operatório de condicionamento ácido da superfície do esmalte ou dentina separadamente dos outros passos clínicos. Podem ser de dois passos (condicionamento ácido e combinação de primer e agente adesivo em um único frasco) ou três passos (condicionamento ácido, primer e agente adesivo em frascos separados). Estes adesivos consistem na remoção completa da smear layer e desmineralização da subsuperfície dentinária intacta através da utilização do condicionamento ácido (TAY e PASHLEY, 2001).
PRIMER: solução de monômeros resinosos diluídos em solventes orgânicos. Corresponde à função hidrofílica do material.
ADESIVO: função hidrofóbica, não contém solventes orgânicos nem água em sua formulação. É composto por monômeros mais viscosos do que aqueles presentes nos primers, porém com baixa viscosidade, garantindo fluidez suficiente para que o adesivo possa penetrar na superfície preparada pelo primer.
Autocondicionante - não requerem a aplicação isolada de um ácido para produzir porosidades no substrato.
Referências:
http://revistas.unipar.br/saude/article/viewFile/3408/2310
http://www.ufsm.br/dentisticaonline/0902.pdf
http://tcc.bu.ufsc.br/Espodonto220969.PDF
http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&cad=rja&ved=0CDYQFjAB&url=http%3A%2F%2Fdv.fosjc.unesp.br%2Fpg.protese%2Fdownloads%2FAulas*Cimentos_Odontologicos*Sistemas_Adesivos.ppt&ei=hne5UOC6EJOE9gS9i4DwBA&usg=AFQjCNHobbaWkBQdd2nNoQ8Mdzw54NnRsQ&sig2=FTJ-nu_H1Wuo182GQDXfNw
Excelente explicação clara e objetiva
ResponderExcluirAdorei
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